Artigo de Márcia Lopes, ministra do Desenvolvimento Social e Combate a Fome
"Neste 15 de maio, quando celebramos o Dia do Assistente Social, associo-me, como assistente social, aos quase 90 mil colegas de todo o Brasil, compartilhando as comemorações, encontros, debates, manifestações e frentes de luta. Como profissional de Serviço Social, como professora, como agente pública, orgulho-me da profissão que exerço e que me forjou os princípios, as concepções e os melhores estímulos para minha intervenção pública.
Os assistentes sociais, como profissionais, são protagonistas peculiares no lugar da tensão entre o capital e o mundo do trabalho, onde estão presentes as múltiplas expressões da questão social. Trabalham para o acesso dos sujeitos históricos aos direitos sociais, por meio das políticas públicas em que exercem suas atividades laborais. É por isso que defendemos a primazia do papel do Estado e a universalização do acesso aos bens e serviços para todos como medida de equidade e compromisso presente em nosso projeto ético, político e profissional.Os direitos trabalhistas, objeto central das reflexões propostas pelas entidades representativas da categoria para este dia 15 de maio, são instrumentos poderosos de fortalecimento das lutas do trabalho frente às iniquidades do capital. Como mediação, as políticas públicas, lugar onde os assistentes sociais exercem majoritariamente sua prática profissional, atendem duplamente ao tema proposto: de um lado, fazem parte do processo que garante direitos aos seus usuários e, por outro, não se realizam com qualidade sem que haja condições de trabalho adequadas (com direitos) para quem opera as políticas.É nesse caminho, em consonância com as perspectivas ético-políticas da categoria, que buscamos construir a assistência social como política pública, direito do cidadão e dever do Estado.
A construção e a consolidação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) – tradução do estatuto de direito da assistência social estabelecido pela nossa Constituição – oportunizaram a ampliação do espaço de trabalho para os assistentes sociais de modo inédito. No mesmo rumo, o Programa Bolsa Família e o mais recente, em processo de organização, Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), agregam e estão a requerer a atuação profissional.Os dados que temos dão conta de que apenas o SUAS emprega pelo menos 20 mil assistentes sociais.
Nosso empenho continua, nosso compromisso se renova em defesa de uma sociedade mais justa, com direito ao trabalho decente e à proteção social.Parabéns, companheiras e companheiros!"